Archive for the Memórias de Guerra Category

Primeira Guerra em cores

Posted in Memórias de Guerra, Primeira Guerra Mundial - The Great War on julho 13, 2011 by ccmaximus

É curioso ver esses Poilus em cores. O site que originalmente continha várias fotos em cores da Frente Ocidental em 1917/18 foi retirado do ar, mas algumas das imagens podem ser vistas aqui:

http://www.worldwaronecolorphotos.com/index.html

A Força Expedicionária Brasileira na memória popular

Posted in Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Segunda Guerra Mundial on junho 15, 2011 by ccmaximus

Houve um tempo em que a FEB era bem mais conhecida, chegando a figurar como tema de composições populares. Aí abaixo, links para duas interpretações de “Capacete de Aço”.

Conferencistas confirmados para o II SESFEB

Posted in Guerra no Mundo Contemporâneo, História da FEB, Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Nova História Militar, Saiu na imprensa... on abril 20, 2011 by ccmaximus

A Comissão Científica do evento informa que estão confirmadas as participações dos seguintes conferencistas no II SESFEB:

Antonio Pedro Tota – O Imperialismo Sedutor: a americanização do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Cesar Campiani Maximiano – A literatura de guerra brasileira e os combates por Monte Castello

Dennison de Oliveira – A campanha da FEB no Vale do Rio Sercchio à luz da arqueologia

Francisco Ferraz – Tão próximos, tão distantes: o pós-guerra dos ex-combatentes do Brasil e dos Estados Unidos

Vagner Camilo Alves – O Brasil e a Segunda Guerra Mundial: autonomia na dependência?

A Comissão também deliberou convidar o cineasta Durval Júnior, produtor e diretor do documentário O “Lapa Azul” – Os homens do III Batalhão do 11o. RI na II Guerra Mundial (2007) para exibir seu filme no II SESFEB e proferir conferência relativa ao tema Os Documentários da FEB.

Finalmente, a Comissão Científica do II SESFEB deliberou que a inscrição de Alfredo Salun como candidato à apresentador de trabalho seja invalidada e imediatamente transformada em convite para que ministre conferência no evento. Alfredo Salun é autor, dentre outras importantes obras, de “Zé Carioca” vai a guerra: histórias e memórias sobre a FEB. São Paulo, Pulsar, 2004.

http://iisesfeb.blogspot.com/2011/04/conferencistas-confirmados-para-o-ii.html

Fundação Rampa ajuda a preservar memória da guerra no Atlântico Sul

Posted in História da FEB, Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Segunda Guerra Mundial on abril 11, 2011 by ccmaximus

http://www.fundacaorampa.com.br/af_parna.htm

Como muitos vestígios de relevância histórica para o Brasil, as instalações da base americana de Natal alcançaram uma situação periclitante. A Fundação Rampa foi capaz de interromper o processo de decadência das antigas bases, chamando a atenção para a importância da preservação de alguns locais.

Prova de que um evento histórico só existe porque é lembrado. Quantos brasileiros se recordam, hoje em dia, que o nosso litoral foi também um “campo” de batalhas da Segunda Guerra Mundial?

Boy, Pirulito e os mascotes da FEB.

Posted in História da FEB, Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Textos on abril 6, 2011 by ccmaximus

O saudoso e venerável veterano do III Grupo de Artilharia José Antonio Pinheiro certa vez me relatou uma deliciosa história sobre os cães adotados pelos artilheiros de seu grupo.

Boy era um cãozinho que vivia junto com os soldados na Vila Militar. Ele tinha sido trazido do quartel de Barueri desde a partida da unidade para o Rio. Alguns soldados planejavam embarcá-lo clandestinamente no navio, o que acabou não ocorrendo. Ao que parece, Boy foi detectado no momento em que os homens chegaram ao porto. Acabou permanecendo no Brasil.

Na Itália, a rapaziada acabou encontrando outro cachorro, que recebeu o nome de Pirulito e uma roupinha de lã verde oliva com o distintivo da FEB e seu nome bordado.

Segundo Pinheiro, Pirulito foi trazido ao Brasil por um veterano que residia em Santos, SP. Esta pequena história é reproduzida no “Barbudos, Sujos e Fatigados”, na seção de notas de rodapé.

Infelizmente, Pinheiro faleceu repentinamente em 1997, e não tive antes disso a oportunidade de lhe perguntar o nome do veterano que trouxe o Pirulito ao Brasil.

Se algum leitor de Santos puder me ajudar com isso, por favor me envie um comentário. Estou em busca de veteranos santistas do III Grupo de Obuses, para tentar saber mais sobre a história de Boy e Pirulito.

A propósito: esta imagem aí abaixo certamente está entre as mais belas fotografias da FEB. Quem sabe se o cãozinho aí visto não é o Pirulito?
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Dá para perceber que os soldados da foto são artilheiros (vejam a posição da peça sob a rede de camuflagem), e pelo jeitão deles, se parecem com o pessoal do III de Obuses que já vi em outras fotos.

E para quem gostou do assunto, aí vai um interessante link sobre um sensacional projeto envolvendo as tropas americanas no Afeganistão:


http://www.afghanstrayanimals.org/

Parece que o nome “Barbudos, sujos e fatigados” incomoda algumas pessoas.

Posted in História da FEB, Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Nova História Militar, Novas Dimensões da História Militar, Segunda Guerra Mundial, Textos on março 30, 2011 by ccmaximus

E não são veteranos. Na verdade, essa descrição da suposta condição física da tropa que lutou nos Apeninos é até moderada perto de alguns relatos que ouvi de expedicionários.

Tais relatos estão na área nebulosa das reminiscências de ex-combatentes: pertencem àqueles domínios da memória que muitos fazem questão de evitar, e que costumeiramente são compensados pelas narrativas leves e jocosas ou pelas famosas anedotas. Obviamente, é bem mais fácil se recordar das patrulhas em busca de vinho do que da ocasião em que se precisou lançar o próprio corpo dentro de uma latrina alemã escavada no campo para evitar a morte.

Mesmo apesar disso, parece haver bastante insistência que acaba redundando na idéia de que o assunto FEB só aceita ser tratado com retórica retumbante, rebuscada e bizantina.

E na minha trajetória como pesquisador e historiador, aprendi que não há nada mais injusto com os veteranos do que reduzir sua experiência à suave idéia de uma “gloriosa jornada”, especialmente quando este jargão parte de um civil ou de um militar só acostumados a saberem da guerra por experiência indireta.

Qual é o propósito de relembrar um evento do passado como a FEB, afinal? Tenta-se entender o custo da participação em uma guerra, ou selecionar mais personagens para o altar do culto patriótico? Os mais ufanistas ressentem-se da extinção das aulas de OSPB. Em termos de capacidade de incutir conhecimento histórico, elas eram tão eficazes quanto as aulas dos professores descabelados que comparavam a FEB ao Exército de Brancaleone.

Mesmo a mais apagada das memórias de guerra escrita por um veterano da infantaria da FEB revela um grau de brutalidade e conseqüente capacidade de resistência necessária para suportar as condições da linha de frente que de imediato servem para demonstrar que as palavras “guerra” e “glória” não cabem na mesma sentença.

Quem escreve sobre a FEB não precisa recorrer a artifícios para evidenciar a coragem e resistência de quem enfrentou o inverno italiano e os alemães: as próprias narrativas dos veteranos se encarregam de deixar isso bem claro, por mais modestas que sejam.

Tarde chuvosa em SP…

Posted in Livros, Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Segunda Guerra Mundial, Textos on novembro 9, 2010 by ccmaximus

Agradeço pela presença de todos que foram até a Livraria da Vila no sábado. Foi ótimo passar a tarde com veteranos e amigos.
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Sobre a guerra no Atlântico Sul

Posted in Memórias de Guerra, Segunda Guerra Mundial on julho 19, 2010 by ccmaximus

Gostaria de agradecer ao Freire pela indicação deste valioso site sobre a guerra no Atlântico Sul:

http://sixtant.net/site/index.php?option=com_content&task=view&id=1194&Itemid=2

A participação brasileira na guerra sem dúvida é esquecida e pouco conhecida, e a campanha submarina nas costas do Brasil talvez seja ainda mais esquecida. Hora de compensar a falta de conhecimento sobre o assunto com novas pesquisas e livros.

Verdades e Vergonhas da Força Expedicionária Brasileira – 25 anos após a primeira edição.

Posted in História da FEB, Livros, Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Segunda Guerra Mundial on abril 25, 2010 by ccmaximus

Em 1985, Leonercio Soares, veterano da 2.a Companhia de Fuzileiros do “Onze R.I.” enviava às livrarias a primeira edição de seu livro. Apesar da tentativa inicial do autor de obter uma edição comercial por meio do envio de 100 originais mimeografados a jornais e empresas editoriais, ninguém se interessou pelo livro. Leonercio acabou produzindo uma edição de autor, que obteve boa distribuição graças a seus esforços.

A indiferença dos editores em publicar sua obra é possivelmente o resultado de um desacertado cálculo sobre a pontencialidade comercial do texto. Por volta de 2000, o livro dispôs de uma segunda edição, idêntica à primeira, que parece ter contado com uma distribuição limitada às livrarias paranaenses. Ambas edições desapareceram rapidamente das lojas e hoje se tornaram raro objeto de coleção, em vez de referência sobre a história que possa ser facilmente adquirida. Há poucos exemplares à venda nos livreiros especializados e os preços alcançam as centenas de reais.

Leonercio faleceu logo após a publicação da segunda edição, e é pena que a publicação de uma terceira prensagem seja pouco provável. Dessa forma, a crescente legião de interessados na história da Segunda Guerra e da Força Expedicionária Brasileira permanece privada de uma das ricas, honestas e vibrantes fontes sobre o episódio.

O livro é versátil e oscila entre a reminiscência pessoal, o romance histórico e a análise operacional. Além de talento de escritor Leonercio tinha uma excelente noção dos problemas que afligiram os batalhões brasileiros nos ataques iniciais a Monte Castello, e a leitura de seu livro é extremamente elucidativa das dificuldades que a tropa teve de enfrentar no combate de 12 de dezembro de 1944.

Leonercio pertenceu ao I Batalhão do “Onze”, unidade empenhada no setor de Guanella e Abetaia e que sofreu baixas brutais na ocasião.

Impossível conhecer a fundo a FEB sem a leitura de sua obra.

“The War”, documentário de Ken Burns.

Posted in Filmes, Memórias de Guerra, Segunda Guerra Mundial on julho 7, 2009 by ccmaximus

Demorou, mas consegui assistir ao documentário de Burns sobre a Segunda Guerra Mundial, para os americanos, “A” guerra, ou “the big one.” Burns teve sua excelente série de documentários sobre jazz lançada no Brasil, e não é remota a possibilidade que o filme sobre a guerra também seja comercializado em versão nacional.

É difícil entender os EUA sem conhecer bem o impacto que a participação na guerra teve no país. Em seus filmes, Burns trata de várias experiências formativas dos valores nacionais e identidade americanos: dirigiu, além dos trabalhos sobre jazz e a guerra, outros documentários abordando temas como a Guerra Civil Americana e o baseball.

A premissa do filme é bastante original: o expectador irá conhecer a experiência de guerra americana pela perspectiva de quatro pequenas cidades bem diferentes: Luverne, Minesotta; Sacramento, Califórnia; Mobile, Alabama e Waterbury, Connecticut. Uma cidade do sul, outra do meio-oeste, outra da costa oeste e uma da parte mais tradicional da costa leste dos EUA. Não há apenas depoimentos de veteranos que lutaram no além-mar, mas também de testemunhas que não estavam em idade militar na época da guerra, de esposas de combatentes, de familiares de mortos em combate, de civis americanos presos pelos japoneses, de nipo-americanos e negros discriminados em seu próprio país, de veteranos bastante conhecidos e dos mais anônimos que se pode imaginar.

Todos os relatos dos veteranos (e veteranas) mostrados no filme são dramáticos, mas há três que merecem destaque especial: Paul Fussell, Samuel Hynes e os trechos lidos do livro de E.B. Sledge.

Coincidentemente, os três seguiram carreiras acadêmicas depois da guerra: Fussell e Hynes como professores de literatura e Sledge como biólogo.

Por meio de seus livros, os três veteranos conseguiram transpor a brecha de entendimento da experiência de guerra, que era incompreensível para a parcela da sociedade americana que não deixou o continente para combater na Europa, África ou Ásia.

Em 1989, Fussell, que já havia se tornado célebre com “The Great War and Modern Memory”, publicou “Wartime: understanding and behavior in the Second World War.” Ao analisar a literatura, gíria, padrões de comportamento e valores da geração que lutou na guerra, 0 veterano comandante de pelotão de fuzileiros da 103a. Divisão de Infantaria conseguiu explicar que a guerra não exigiu somente sacrifícios físicos, mas também do bom senso, da inteligência, da tolerância e da verdade – mesmo que a causa tenha sido absolutamente justa, o lado vencedor precisou anular sua humanidade para vencer inimigos brutais.

Hynes, que foi piloto de caça do US Marine Corps, escreveu um brilhante livro sobre a autoridade dos veteranos de guerra como fonte para a compreensão da verdade do combate. É supreedente que um crítico literário como ele consiga superar as costumeiras categorias explicativas da sua área de conhecimento que consideram testemunhos pessoais como “efeito narrativo” ou “representação”. Para Hynes, há uma verdade intrínseca aos relatos de veteranos e ela pode ser encontrada na coerência existente nas percepções suscitadas pela memória.

E.B. Sledge faleceu em 2001, antes que o documentário de Burns fosse produzido. Tanto Fussell como Hynes citam-no em diversos trechos de seus livros. O texto de Sledge é o quintessencial relato do soldado de infantaria que procura expurgar seus demônios por meio da escrita. A edição mais recente tem uma boa introdução do historiador Victor Davis Hanson, adequada para os tempos sombrios de luta contra o fundamentalismo islâmico. Como muitos veteranos da Segunda Guerra, Sledge passou anos distanciado da família, e apesar de uma bem sucedida carreira acadêmica, permanecia atormentado por suas lembranças dos episódios vividos em Peleliu e Okinawa. Seu livro percorre todos os graus de sua experiência na barbárie, desde seus primeiros momentos em seu pelotão do USMC cheio de veteranos da batalha de Cape Gloucester que viviam em um mundo à parte, até sua descida ao inferno de carne putrefata e vermes da invasão do Japão.

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