Arquivo para março, 2011

Achtung! Feuer gegen Infanterie!

Posted in Textos on março 30, 2011 by ccmaximus

Grupo de reenactors com morteiro. Em alemão, com ordens e uniformes perfeitos.

Parece que o nome “Barbudos, sujos e fatigados” incomoda algumas pessoas.

Posted in História da FEB, Memórias da FEB, Memórias de Guerra, Nova História Militar, Novas Dimensões da História Militar, Segunda Guerra Mundial, Textos on março 30, 2011 by ccmaximus

E não são veteranos. Na verdade, essa descrição da suposta condição física da tropa que lutou nos Apeninos é até moderada perto de alguns relatos que ouvi de expedicionários.

Tais relatos estão na área nebulosa das reminiscências de ex-combatentes: pertencem àqueles domínios da memória que muitos fazem questão de evitar, e que costumeiramente são compensados pelas narrativas leves e jocosas ou pelas famosas anedotas. Obviamente, é bem mais fácil se recordar das patrulhas em busca de vinho do que da ocasião em que se precisou lançar o próprio corpo dentro de uma latrina alemã escavada no campo para evitar a morte.

Mesmo apesar disso, parece haver bastante insistência que acaba redundando na idéia de que o assunto FEB só aceita ser tratado com retórica retumbante, rebuscada e bizantina.

E na minha trajetória como pesquisador e historiador, aprendi que não há nada mais injusto com os veteranos do que reduzir sua experiência à suave idéia de uma “gloriosa jornada”, especialmente quando este jargão parte de um civil ou de um militar só acostumados a saberem da guerra por experiência indireta.

Qual é o propósito de relembrar um evento do passado como a FEB, afinal? Tenta-se entender o custo da participação em uma guerra, ou selecionar mais personagens para o altar do culto patriótico? Os mais ufanistas ressentem-se da extinção das aulas de OSPB. Em termos de capacidade de incutir conhecimento histórico, elas eram tão eficazes quanto as aulas dos professores descabelados que comparavam a FEB ao Exército de Brancaleone.

Mesmo a mais apagada das memórias de guerra escrita por um veterano da infantaria da FEB revela um grau de brutalidade e conseqüente capacidade de resistência necessária para suportar as condições da linha de frente que de imediato servem para demonstrar que as palavras “guerra” e “glória” não cabem na mesma sentença.

Quem escreve sobre a FEB não precisa recorrer a artifícios para evidenciar a coragem e resistência de quem enfrentou o inverno italiano e os alemães: as próprias narrativas dos veteranos se encarregam de deixar isso bem claro, por mais modestas que sejam.

Há informações sobre história que o Dr. Google não responde.

Posted in Textos on março 26, 2011 by ccmaximus

Os mecanismos de direcionamento dos blogs são realmente interessantes. Eles acabam trazendo para as estatísticas dos sites os mais frequentes questionamentos relacionados a assuntos especializados. Como este blog claramente aborda bastante a FEB, as Guerras Mundiais e história militar, as buscas relacionadas acabam revelando que a curiosidade dos leitores é bem mais ampla que o grau de profundidade das informações postadas na Internet em geral, mas especialmente no que diz respeito ao material disponível em português. Por exemplo, uma das coisas que eu percebi é que seria facilmente possível decuplicar o número de leitores deste blog se fossem abordados com maior frequência temas como armamentos, equipamento e uniformes.

E pela complexidade das perguntas que retornam buscas a este blog, torna-se evidente que a Internet ainda não foi capaz de substituir os livros, muito menos de substituir a pesquisa documental. Há certas coisas sobre a FEB que você só vai descobrir se ler as memórias dos veteranos de forma exaustiva. E no geral essas buscas revelam que há muita gente bastante interessada na FEB, que ainda não se deu ao trabalho de abrir os valiosos, bons e interessantes livros que os ex-combatentes escreveram depois de voltar da guerra.

Mas para isso a Internet serve: você pode encontrar tais livros em lugares como a Estante Virtual e o Mercado Livre. No final das contas, a Internet é uma ferramenta útil para direcionar leitores às informações certas – em muitos casos, tais informações simplesmente não são postadas em sites, blogs e revistas eletrônicas – ao menos, na Internet gratuita.

Ah, uma dica que só é valida a um grupo muito pequeno de leitores: o Google não é uma pessoa! Procure sempre por palavras-chave, em vez de formular questões como se você estivesse se dirigindo a um professor.

Quais os critérios do MinC?

Posted in Livros, Saiu na imprensa... on março 21, 2011 by ccmaximus

Como alguém que vive de atividades que remotamente podem ser ligadas à esfera do “cultural”, não deixo de me espantar com o hábito de artistas brasileiros acreditarem que o Estado deve ser o grande fiador do seu trabalho. Obviamente essa impressão foi aumentada com o fato de Maria Bethânia, que no mínimo vive confortavelmente com a renda de shows e venda de CDs, arrogar-se a necessidade de dinheiro público para um projeto pessoal. A discussão ficou divertida com menções a uma suposta “elite branca paulista”, especialmente para este autor que descende de humildes imigrantes italianos que fugiram da fome e precisaram disputar restos de comida com os ratos nos porões do navio que os trouxe ao porto de Santos.

Absorto na leitura de relatórios datados de fevereiro de 1945 já há uns bons dias, confesso que estava alheio a esse quiproquó, para o qual minha atenção foi despertada pelo meu amigo Joaquim Ghirotti, também um carcamano.

Nos últimos dias li textos de blogs de uma variedade de tendências políticas discutindo com propriedade o acinte que consiste em financiar com dinheiro público uma série de declamações de poesia que seriam filmadas e postadas na Internet. Do total aprovado no projeto, 600 mil reais seriam destinados à própria cantora. Sem menção de pagamento dos direitos dos poetas, esses sim autores dos poemas. É uma quantidade de dinheiro que a maioria dos brasileiros sequer jamais vai ver.

Não sou totalmente desfavorável à idéia de que projetos culturais sejam financiados com dinheiro público. Mas o que eu gostaria de ver seria a aprovação de projetos de artistas e autores iniciantes, sem vínculos com as panelas da produção cultural. O mais incrível é que vários produtos financiados com dinheiro público nem chegam a ser oferecidos para venda aos potenciais interessados: são dados como presentes institucionais aos altos escalões das empresas e fundações que os financiam, em rapapés de lançamento secretos para os quais a plebe jamais é convidada. Suponho que os “refreshments” das festinhas também entrem no orçamento do “projeto”.

Posso me dar por feliz, pois já publiquei razoavelmente, sem jamais ter utilizado um centavo de dinheiro público. Sim, o IRMÃOS DE ARMAS tem um selo da Lei Rouanet, mas está disponível no site do MinC o total de dinheiro captado para o projeto: zero. Não foi preciso auxílio para a publicação do livro, pois seu orçamento era baixo. E de qualquer maneira, a renda do livro foi destinada à Associação dos Ex-Combatentes de São Paulo.

Por outro lado, conheço um bom punhado de autores brilhantes, responsáveis por pesquisas produzidas tanto na academia quanto fora dela, que têm seus trabalhos de história apanhando poeira por falta de editoras que se interessem – mas principalmente, por falta de conhecer os “canais” que possibilitem o tal apoio. E não há como negar: em quaisquer circunstâncias, os critérios de aprovação dos trabalhos a serem considerados aptos para receber dinheiro serão sempre nebulosos. Quem decide afinal qual obra tem mérito e merece ser levada adiante? Sob quais parâmetros?

Em condições ideais, o que deveria definir o ciclo de vida de uma obra é sua qualidade: livros, filmes e demais produtos sobreviveriam porque são bons e suscitam interesse. Quem deseja viver da autoria de livros precisa entender que essa pretensão demora anos para se concretizar, e que com freqüência isso demanda um grau de dedicação obsessivo e monástico, se é que algum dia você deseje pagar suas contas com o que recebe dos direitos autorais. A não ser que você tenha uma história tão boa quanto a da Bruna Surfistinha.

Longe do meu gosto musical, Maria Bethânia é de qualquer forma uma artista de primeiro time. Ela tem fãs suficientes que podem garantir a solidez de mercado de qualquer coisa que produza. Infelizmente, o mundo do financiamento dos projetos culturais continua sendo um mar de encouraçados onde de vez em quando se arriscam alguns caça-minazinhos.

II Seminário da FEB – chamada para artigos

Posted in Textos on março 15, 2011 by ccmaximus

http://www.historia.ufpr.br/2seminariofeb/

Informações e inscrições Estão abertas as inscrições para participação no II Seminário de Estudos Sobre a Força Expedicionária Brasileira, a ser realizado dias 2 e 3 de junho nas dependências do Museu do Expedicionário (Curitiba – PR), nas modalidades ouvinte e com apresentação de trabalho.

a) como se inscrever como ouvinte:

As inscrições para ouvintes são abertas a todos interessados. Será concedido certificado de participação mediante comprovação de presença no evento. A taxa de inscrição para ouvintes é de R$ 30,00 (trinta reais) e deve ser paga em qualquer banco através de Guia de Recolhimento Única (GRU).

Clique no link abaixo para gerar a GRU e lançar nela os dados solicitados.

É indispensável reter a guia da GRU paga, constando o CPF do inscrito, para fins de comprovação da inscrição no evento e acesso a suas atividades. Nos dias citados só serão admitidos às dependências do Museu os inscritos no evento.

b) com apresentação de trabalho

A Comissão Científica do evento analisará as propostas de comunicação de trabalhos de pesquisa, cabendo aos interessados enviar msg com título “inscrição de trabalho no IISESFEB” para o e-mail 2seminariofeb@gmail.com contendo:

1. Dados de identificação do proponente: Nome, filiação institucional, titulação mais alta (instituição e ano), link para currículo Lattes
2. Resumo da comunicação: título, resumo com máximo de 500 palavras, três palavras-chave.
3. texto contendo:
– Título
– Objetivo
– Fundamentação teórica
– Metodologia
– Resultados parciais/conclusões preliminares
– Referências bibliográficas

Após recebimento do aceite os proponentes deverão pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 70,00 (setenta reais) se estudante; R$ 100,00 (cem reais) se profissional. Os valores devem ser pagos em qualquer banco através de Guia de Recolhimento Única (GRU) e cópia dela enviada para o e-mail 2seminariofeb@gmail.com No título da msg escrever “envio comprovante pagamento inscrição IISESFEB”. As inscrições para apresentação de trabalhos só serão efetivadas após o envio deste comprovante. É indispensável reter a guia da GRU paga, constando o CPF do inscrito, para fins de comprovação da inscrição no evento e acesso a suas atividades. Nos dias citados só serão admitidos às dependências do Museu os inscritos no evento, seja como ouvintes, seja com apresentação de trabalhos.

Clique aqui para gerar a GRU e lançar nela os dados solicitados:

https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru/gru_simples.asp

É de primordial importância que o nº de referência (campo obrigatório da GRU) seja informado corretamente pois é através dele que serão identificadas todas as inscrições recolhidas.

Número de Referência 153775 10 11
Código de Recolhimento 28840-3
Unidade Gestora(UG) 153079
Gestão 15232
Competência: 05/2011
Vencimento: 02/05/2011
CPF:
Nome:

Valores:
– ouvinte: R$ 30,00 (trinta reais)
– com apresentação de trabalho: R$ 70,00 (setenta reais) se estudante; R$ 100,00 (cem reais) se profissional.

Calendário de inscrições:

a) período de inscrições: de 14 de março até 18 de abril
b) divulgação das comunicações aceitas: 25 de abril
c) recebimento pela comissão organizadora de comprovantes de inscrição dos proponentes com trabalhos aprovados: até 2 de maio

Clique aqui para conhecer o blog do evento e saber das últimas novidades:

http://iisesfeb.blogspot.com

II Seminário de Estudos sobre a Força Expedicionária Brasileira
Dias 2 e 3 de junho de 2011, nas dependências do Museu do Expedicionário (Curitiba – PR)

Novo livro sobre a FEB do historiador Eduardo Ozio

Posted in Textos on março 7, 2011 by ccmaximus

II Seminário de Estudos sobre a Força Expedicionária Brasileira

Posted in História da FEB, Memórias da FEB, Nova História Militar, Novas Dimensões da História Militar, Segunda Guerra Mundial, Textos on março 6, 2011 by ccmaximus

O II Seminário de Estudos sobre a Força Expedicionária Brasileira é promovido pela Legião Paranaense do Expedicionário (LPE), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e POLITHICULT (PUC-SP). O evento será realizado nas dependências do Museu do Expedicionário, localizado em Curitiba (PR) entre os dias 2 e 3 (quinta e sexta feira) de junho de 2011 das 10:00 as 18:00 horas. Nesta segunda edição do evento será tratado o tema “O Brasil na Segunda Guerra Mundial”. Nos dias citados só serão admitidos às dependências do Museu os inscritos no evento. São previstas duas formas de inscrição: a) como ouvinte; b) com apresentação de trabalho. As inscrições serão abertas entre os dias 14 e 18 de março. A programação provisória do evento é a seguinte:

Dia 2 de junho, quinta feira:

10:00 – 10:30 hrs. Credenciamento

10:30 – 10:45 hrs. Fala de abertura do evento a cargo da Presidência da Legião Paranaense do Expedicionário (LPE)

10:50 – 13:10 hrs. Conferência de Antonio Pedro Tota (PUC-SP) e Primeira sessão de comunicações

13:10 hrs – 14:40 hrs. intervalo para almoço

14:40 – 18:00 hrs. Conferência de Francisco Cesar Alvez Ferraz (UEL) e Segunda sessão de comunicações

Dia 3 de junho, sexta feira:

10:00 – 10:45: mesa redonda com os ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira filiados a Legião Paranaense do Expedicionário (LPE)

10:50 – 13:10 hrs. Conferência de Cesar Campiani Maximiano (PUC-SP) e Primeira sessão de comunicações

14:40 – 17:40 hrs. Conferência de Dennison de Oliveira (UFPR) e Segunda sessão de comunicações

17:40 – 18:00 hrs. Encerramento