Em 1985, Leonercio Soares, veterano da 2.a Companhia de Fuzileiros do “Onze R.I.” enviava às livrarias a primeira edição de seu livro. Apesar da tentativa inicial do autor de obter uma edição comercial por meio do envio de 100 originais mimeografados a jornais e empresas editoriais, ninguém se interessou pelo livro. Leonercio acabou produzindo uma edição de autor, que obteve boa distribuição graças a seus esforços.
A indiferença dos editores em publicar sua obra é possivelmente o resultado de um desacertado cálculo sobre a pontencialidade comercial do texto. Por volta de 2000, o livro dispôs de uma segunda edição, idêntica à primeira, que parece ter contado com uma distribuição limitada às livrarias paranaenses. Ambas edições desapareceram rapidamente das lojas e hoje se tornaram raro objeto de coleção, em vez de referência sobre a história que possa ser facilmente adquirida. Há poucos exemplares à venda nos livreiros especializados e os preços alcançam as centenas de reais.
Leonercio faleceu logo após a publicação da segunda edição, e é pena que a publicação de uma terceira prensagem seja pouco provável. Dessa forma, a crescente legião de interessados na história da Segunda Guerra e da Força Expedicionária Brasileira permanece privada de uma das ricas, honestas e vibrantes fontes sobre o episódio.
O livro é versátil e oscila entre a reminiscência pessoal, o romance histórico e a análise operacional. Além de talento de escritor Leonercio tinha uma excelente noção dos problemas que afligiram os batalhões brasileiros nos ataques iniciais a Monte Castello, e a leitura de seu livro é extremamente elucidativa das dificuldades que a tropa teve de enfrentar no combate de 12 de dezembro de 1944.
Leonercio pertenceu ao I Batalhão do “Onze”, unidade empenhada no setor de Guanella e Abetaia e que sofreu baixas brutais na ocasião.
Impossível conhecer a fundo a FEB sem a leitura de sua obra.