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Regulamentando a profissão de historiador.

Posted in É só pena que voa on agosto 19, 2012 by ccmaximus

Regulamentação da profissão de historiador? Pra quê? Pra ser OBRIGADO a dar contribuição para sindicatos e sustentar picaretas, que não prestam contas sobre os valores recebidos? E aí, com a regulamentação, qual problema se resolve? Haverá demanda imediata para os trabalhos de historiadores? O que adianta regulamentar a profissão com base no argumento de que historiadores são necessários em museus, se o Brasil mal tem museus, centros de documentação e centros culturais? E, além de tudo, não se enganem: fazer faculdade de história pode até ajudar, mas não transforma ninguém automaticamente em historiador, assim como o diploma de letras não transforma o formando em escritor. Alega-se também que historiadores são necessários em filmes de cunho histórico. Pois bem. Já se fazem poucos filmes no Brasil – o que dependendo do ponto de vista, pode ser considerado algo bom (eu, afinal, não gosto da ideia de ter que sustentar o delírio artístico de milionário filho de dono de banco com verba pública).

O projeto pretende estabelecer que a prática da “profissão de historiador” seja privativa daqueles que têm algum tipo de diploma acadêmico na área (desde graduação até doutorado). Parte da idéia de que “num mundo onde a qualidade e a excelência de bens e serviços vêm se sofisticando cada vez mais, os historiadores devem ter sua profissão regulamentada, pois seu trabalho não mais comporta amadores ou aventureiros de primeira viagem”, segundo o projeto de lei do deputado Paulo Paim. A partir disso, sustenta-se que a presença de pessoal diplomado em história seja exigida em produções de filmes, documentários, propagandas e diversas outras produções. Obviamente, em alguns casos, um historiador com habilidades específicas pode ajudar. Suponham, por exemplo, um documentário sobre a malha férrea no Estado de São Paulo, devidamente assistido por um especialista. Acontece que algumas das pessoas que mais conhecem tal assunto no Brasil não têm nenhum tipo de diploma. Há portanto alguns temas históricos em que o historiador pode ser um amador no assunto, e que um “leigo” pode ser o especialista. Historiadores, em suma, não são como médicos ou advogados. Há bem menos gente nesta sociedade apta a julgar a qualidade de um trabalho de pesquisa histórica do que o resultado final do trabalho de um médico ou advogado, para os quais os parâmetros de sucesso e fracasso são quase auto-evidentes. O argumento da “qualidade de bens e serviços” parece ser simplesmente uma desculpa que tenta arraigar simpatia entre os potenciais contratantes de um historiador do que propriamente preocupação com excelência. É na verdade um disparate, dada a falta de qualidade da escola pública, que um político se preocupe com a qualidade dos serviços das empresas privadas. Olhem primeiro para a própria barriga, ineptos e incompetentes!

E a pergunta: as empresas envolvidas com algum tipo de trato com material histórico serão obrigadas a contratar um “especialista”, ou a possibilidade lhes é simplesmente facultada? Um diretor teatral terá liberdade artística de representar o passado como achar esteticamente adequado, ou precisará seguir as regras ditadas pelo seu historiador de plantão? É demais pensar nesta possibilidade em um país onde os donos de cinema são obrigados a exibir produções nacionais de baixíssima qualidade?

John Wayne, where are you?

Posted in É só pena que voa, Filmes, Segunda Guerra Mundial on julho 12, 2011 by ccmaximus

Neste mundo da pós-modernidade todo mundo quer ter uma história triste para contar, elas são especialmente populares em países Ocidentais e seus apêndices. Uma versão bem disseminada fala de um opressor, e ele invariavelmente se parece comigo.

Eu também tenho uma história triste: estou ficando careca, meu joelho esquerdo também está pifando, tenho uma dor de cabeça permanente e uma pilha de contas para pagar!

Mas isso não é nada perto do que o filme “Corações Sujos” quer que você acredite a respeito de como o Brasil oprime e discrimina imigrantes: se formos nos basear neste promo do filme, então coitadinhos dos caras da Shindo Renmei, eles só queriam implantar o Império do Sol Nascente nas colônias japonesas do nosso sertão mas caíram do cavalo, não é mesmo?

Nada demais em um país que acabara de perder 2.000 vidas, entre militares e civis, lutando contra o Eixo.

A sinopse do filme informa que a “colônia japonesa no Brasil foi discriminada e oprimida”. Bom, a colônia japonesa que eu conheço se tornou um dos grupos de imigrantes socialmente mais bem sucedidos no Brasil! Deve haver algo de errado com essa informação sobre “opressão”, ou senão seriam os niseis que estariam por aí hoje em dia pedindo cotas.

Destaque para a forma bestial como o soldado brasileiro é representado – quase leva a concluir que os racistas éramos nós, brasileiros. Bom, já que o assunto hoje foi cinema nacional, está na hora de ligar a TV a cabo e assistir algum filme americano, com sorte está passando “Sands of Iwo Jima”, boa noite.

Making of de filme sobre a FEB

Posted in É só pena que voa on maio 29, 2011 by ccmaximus

O treinamento dado aos atores e figurantes deste filme é do exato tipo ao qual os veteranos se referem como desnecessário, estúpido e inútil. Ninguém aprendeu a combater melhor os alemães tendo a cara enfiada na lama pelo seu sargento instrutor.

Seção de resenhas no blog: “É só pena que voa”.

Posted in É só pena que voa on abril 27, 2011 by ccmaximus

Decidi incluir uma seção de resenhas no blog, dedicada a discutir livros e documentários abordando a FEB e temas relacionados. Se alguém tiver alguma sugestão de material a ser resenhado, é só enviar.